Jesus e o Vazio do Homem
“Está
em mim a minha ajuda, agora que me desamparou todo o auxílio eficaz?” (Jó 6.13)
Certo homem, numa manhã ensolarada, acendeu uma lamparina e foi para o
mercado central de sua cidade gritando alucinadamente: “Procuro Deus,
procuro Deus!” O que leva um homem a tomar tal atitude? Estamos vivendo a
“era do vazio”. Cada vez mais os homens procuram meios para preencher o
vazio de suas almas. Se o século XX foi considerado “a era da ansiedade”, o
século XXI já nasceu sob o estigma de “era do vazio”.
O vazio assusta. Com um humor irônico, uma das famosas “Leis de Murphy” diz
que “sempre que houver uma superfície vazia, alguém vai achar alguma coisa
para colocar em cima”. O vazio incomoda. Esse sentimento estranho de que a
vida está acinzentada, de que o céu perdeu o encanto, de que as estrelas
perderam a graça faz com que a humanidade viva um dilúvio de dramas,
depressões e loucuras.
Pessoas que, ao chegarem em casa ligam, ao mesmo tempo, a televisão, o
aparelho de som e todo tipo de parafernália sonora, tudo com o único
objetivo de fugirem da solidão, do vazio, do encontro pessoal. O vazio tem
o estranho talento de puxar as cartas e derrubar nossos castelos. É o
espelho estilhaçado da alma. Em sua vitrine, os produtos não seduzem, a
beleza é inútil, o rosto passa a ser ignorado. Quando atravessamos sua
ponte frágil, a vida parece perder o sentido.
Nietzsche, o filósofo alemão, em seu leito de morte, bradou: “Chamem uma
multidão de pessoas porque o silêncio dói”. O incrível do vazio é que ele é
aliado da totalidade, vaza para todas as áreas, como uma enchente feita do
nada, uma tempestade de sombras que projetam a dor e o acaso. Nossa
esperança está no fato de que Cristo enfrentou a face deformada do vazio e
nos ofereceu a nova vida, plena, em seu abraço.
Na cruz, Jesus muda a essência da dor humana, absorve toda a potência que a
monstruosidade do vazio podia apresentar e abre as portas do consolo e do
carinho. Não existe um vazio capaz de engolir o coração de Cristo,
portanto, o coração de Jesus é o lugar da vida, do alívio e da esperança. O
próprio Jesus, conhecendo a turbulência que existe em nossa interioridade,
disse: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim porque sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt.
11.29).
O vazio pode assustar, amedrontar e incomodar, mas termina quando a
presença de Deus preenche as fontes da nossa existência. Nenhum vazio pode
destruir a alegria da graça de Deus! Jesus é Deus preenchendo de conteúdo
nossa insignificância. É o Tudo no nada!
Fonte: Genizah (Jesus
e a monstruosidade do vazio)
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